segunda-feira, 28 de setembro de 2009


Introdução a Economia


1. Introdução

A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre vários indivíduos. Nesta definição ficam bem claras duas ideias fundamentais: e de que os bens são escassos e a de que a sociedade deve usar os seus recursos de forma eficiente, assim a economia é chamada ou seja surge com o propósito de fazer essa ponte entre a escassez e o desejo de eficiência.

Nesta perspectiva o presente trabalho nos ajudará a analisar e compreender o porque da ser a ciência da escolha em prol da eficiência, e para tal trataremos de falar dos termos escolha e eficiência chaves para a compreensão do trabalho e da ciência económica.
Usou-se para a realização do mesmo a consulta bibliográfica de quatro obras de economia, citados no decorrer do trabalho, que esta divido em três partes fundamentais introdução, desenvolvimento e a conclusão.
















2. Economia é ciência da escolha em prol da eficiência.
Como dizíamos na introdução, a economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos.

Para entendermos melhor o tema antes vemos, ou seja a ciência económica é indispensável compreender os conceitos recursos, escassez, escolha e eficiência.
Recursos são factores produtivos de bens materiais e serviços com vista a optimização do bem estar.
Escassez em sentido económico exprime sempre uma relação entre a quantidade de recursos ou bens e as necessidades humanas que através deles buscam satisfação. (NETTO &AMORIM, 1977:12)

Segundo SAMUELSON apud SILVA (1999:13) a eficiência corresponde a utilização mais efectiva dos recursos de uma sociedade na satisfação dos desejos e das necessidades da população.
Segundo CHIAVENATO (2000:128), eficiência é uma relação técnica entre as entradas e saídas, ou seja entre custos e benefícios.

3. Como surgem as escolhas?
Parte-se do princípio de que a vida está repleta de necessidades, e os recursos são escassos, ou seja o rendimento é limitado para cobrir as inúmeras necessidades do dia a dia. Assim sendo todos os dias temos que pensar constantemente, o que fazer com o tempo e o rendimento limitado que possuímos.
De acordo com GARY citado por GOIS (2000:22) “todas as actividades humanas representam escolhas e decisões…”.
Estas escolhas de onde, em quê e como aplicar os recursos escassos de forma mais efectiva, fazendo uma relação entre custos e benefícios, visando a optimização do bem estar (eficiência).

Ou por outra para que se alcance a eficiência, pressupõe-se a escolha da melhor maneira (the best way) pela qual os recursos devem ser aplicados ou pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas de forma mais racional possível.

SILVA (1999:15) afirma que a economia estuda o mundo do ponto de vista das escolhas e decisões Ao olhar para a realidade, procura identificar as situações em que se defrontam várias alternativas e é necessário optar uma que permite obter a maximização, satisfação ao menor custo (principio da racionalidade económica)

Assim sendo toda a escolha humana pode e deve ser analisada pela ciência económica. Por exemplo: do casamento ao roubo, do crescimento da população á descriminação racial, todos estes fenómenos porque incluem decisões, podem ser objecto da ciência económica. (Ibdem)

Ainda nesta perspectiva de escolha, no mundo de escassez, a escolha de uma coisa significa prescindir uma outra coisa. Estaríamos no que se chama na economia, de custo de oportunidade de uma decisão (valor do bem, ou do serviço, de que prescinde).

Os recursos escassos, necessidades múltiplas e a procura da optimização (eficiência), serão assim a razão da existência da ciência económica ou por outra a existência de bens escassos face as necessidades múltiplas constitui o chamado problema económico, que consiste na afectação dos recursos escassos á satisfação de necessidades múltiplas. Facto que legitima a afirmação segundo a qual a economia é a ciência de escolha em prol da eficiência.







4.Conclusão:
No desenvolvimento do nosso trabalho, ficou claro o quanto a ciência económica é indispensável no nosso dia a dia, alias o quanto usamos dela em quase todos aspectos, quantas vezes por dia tomamos decisões, escolhemos isto em detrimento daquilo, e com certeza em todos estes aspectos esta presente a ciência económica
Do simples facto de decidir não comer pão e comer mandioca, o ir a faculdade e não ir a praia, de comprar isto e não aquilo, esta presente a questão de custo e beneficio, escolher em prol da eficiência, pois o objectivo de cada escolha que fazemos até o os que decidem roubar o fazem movidos pelo desejo de optimizar o seu bem estar.













quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Educação na Era Colonial


Introdução
O trabalho em realce aborda questões relacionadas com a educação no período colonial.
O Governo português procurou implantar em Moçambique o sistema de assimilação que consistia em integrar os nativos na cultura portuguesa, isto é, transformar os moçambicanos em portugueses pretos quer pela escola quer através de outros meios de difusão e propaganda da sua politica.
A breve apresentação dos problemas que neste tema irão ser abordados, pretende despertar a nossa curiosidade para com eles, dando-nos possibilidades de aplicação do nosso conhecimento que terá maior contributo para a nossa vida estudantil e para os que terão acesso ao mesmo.
O trabalho está dividido em três partes nomeadamente: introdução à educação colonial, organização do ensino na era colonial e as características da educação colonial.
No concernente a 1ª parte vamos fazer uma abordagem sobre o processo de assimilação e de indígena, onde sublinha-se que todos moçambicanos que assimilassem a cultura portuguesa ganhavam o estatuto de assimilados e tinham a mesma consideração dos brancos enquanto os que não se adequavam a cultura portuguesa eram chamados Indígenas e tinham o direito de pagar o imposto de palhota. Além disso também falaremos dos objectivos da educação colonial.
Quanto a segunda parte importa-nos dizer que, iremos falar do ensino colonial, ensino primário, ensino para indígenas, ensino de adaptação e ensino para civilizados.
Na 3ª parte debruçar-nos-emos acerca das características da educação na era colonial, sendo elas de carácter discriminatório, de unidade entre a religião e o ensino, fictício da escolarização obrigatória e paternalista.
Importa-nos referir que para a realização do presente trabalho servimo-nos da consulta bibliográfica.








1.Educacaçao na Era Colonial (1930-1974). 1.1. O processo de Assimilação e de Indígena.
A Assimilação consistia em europeizar os povos dominados, desnaturalizando-os quer pela escola quer através de outros meios de difusão e propaganda do seu aparelho ideológico. (GOLIAS, 1993:31). A condição para ser assimilado passava necessariamente por saber falar correctamente a língua portuguesa, possuir uma estabilidade financeira e no acto de juramento deveria manifestar o desejo de abandonar os costumes nativos e viver a maneira europeia.

Depois de alcançar o estatuto de assimilado o moçambicano ostentava das seguintes regalias (Ibidem):
Ø Ter direito a Bilhete de Identidade e passaporte;
Ø Os filhos poderiam frequentar o ensino oficial;
Ø Deixar de pagar o imposto de palhota passando a pagar o imposto de rendimento;
Ø Ter direito a voto;
Indígena são aqueles indivíduos de raça negra ou seus descendentes que nascidos ou vivendo habitualmente em Moçambique não possuem a instrução e os hábitos individuais e sociais, pressupostos para a aplicação integral do direito publico e privado do cidadão português. (GOLIAS, 1993:33). Portanto, os Indígenas por falta desses requisitos eram considerados selvagens e também não eram socialmente aceites perdendo por sua vez o direito a cidadania. Segundo o artigo 56 do Dec. Lei 39666 de 20/4/54 pode perder a condição de indígena e adquirir a cidadania o indivíduo que comprovar as seguintes condições:
Ø Ter mais de 18 anos;
Ø Falar correctamente a língua portuguesa;
Ø Ter uma profissão com um rendimento compatível para a sobrevivência;
Ø Ser bem comportado e ter assimilado a cultura portuguesa
Ø Ter cumprido o serviço militar

1.2. Objectivos da Educação Colonial
A educação colonial tinha como objectivo: a afeição nacionalista e prática que se traduzia na obrigatoriedade na escola do uso e do ensino de língua portuguesa, tolerando o uso da língua indígena somente no ensino da religião, isto é, integrar os nativos à cultura portuguesa. (TUMBO; ERNESTO, 1996:14). Depois de alcançado este objectivo os colonizadores tinham facilidades na penetração, exploração económica e desvalorização da cultura do nativo retardando assim o seu desenvolvimento. A educação colonial tinha como propósito inculcar aos moçambicanos a cultura portuguesa.

2. Organização do ensino na era colonial
2.1.Ensino Colonial
Segundo o decreto-lei número 42994 de 28/05/1960 as províncias ultramarinas deviam obedecer taxativamente os programas do ensino primário aplicados na metrópole.
De acordo com MAZULA (1995: 81), o sistema de educação colonial organizou-se em dois subsistemas de ensino distintos: um oficial, destinado aos filhos dos colonos e assimilados e outro indígena, engenhosamente articulado à estrutura do sistema de dominação em todos os seus aspectos.
Sob o mesmo ponto de vista, DIAS (2002:117) sustenta que a educação colonial começou por ser dual e diferencial, sendo uma para os Indígenas e outra para os filhos dos colonos e passou posteriormente a ser homogénea, tendo o dualismo sido mantido por outros mecanismos mais subtis.

Segundo GOLIAS (idem:44) em 1963 existiam em Moçambique os seguintes tipos de ensino: Primário, Secundário, Médio e Técnico e ainda Agrícola.
1. O ensino Liceal compreendia 7 classes divididas em três ciclos: preparatório, liceal que tinham programas comuns de cultura geral e o complementar que era diversificado segundo os cursos superiores a que davam acesso por meio de exame de exactidão.
2. O ensino técnico dividia-se em dois sectores: Comercial e industrial este que era antecedido de um ciclo preparatório de dois anos. 3. O ensino agrícola estava dependente dos Serviços de Agricultura e Floresta. A sua supervisão pedagógica estava a cargo dos Serviços de Instrução da Província.
No tempo colonial, os conteúdos da educação escolar foram dados através:
Ø Da introdução da cultura burguesa: costumes, danças e canções de Portugal;
Ø De conteúdos de ensino das disciplinas escolares;
Ø De proibição das manifestações culturais moçambicanas: proibição da pratica das línguas locais, da pratica das danças e canções, proibição das formas de viver.
Assim são conteúdos da Educação colonial: a língua portuguesa, a educação Cívico - Moral e Religiosa e o ensino de Historia e Geografia de Portugal.

2.2.EnsinoPrimário
Existiam dois tipos de ensino Primário, um para os Indígenas e outro para os civilizados e estes diferenciavam-se quanto aos objectivos, à estrutura, à complexidade e aos condicionamentos da sua actividade. O ensino primário para Indígenas chamou-se primeiramente de rudimentar e depois de adaptação e o dos civilizados era chamado ensino primário ou ensino primário comum. O ensino primário comum difundia-se nas escolas oficiais e particulares situadas em centros administrativos e o ensino rudimentar se espalhava nas zonas rurais e ministrava-se nas escolas das missões.

2.3. Ensino para Indígenas.
O ensino Indígena destinava-se a civilizar e nacionalizar os indígenas da colónia por meio do ensino da língua portuguesa e transformação dos costumes selvagens, formar-lhe à consciência do cidadão português e prepara-lo para a luta da vida tornando-o mais útil a sociedade e a si próprio. (DIAS, 2002:117). Tinha uma função disciplinadora, adestradora e que se orientava para a desaculturação do homem moçambicano, uma vez que ele era obrigado a abandonar a sua própria cultura adaptando-se na do colonizador e na língua estrangeira.
De acordo com (DIAS, 2002:117) o ensino Indígena conforme a inspecção pública de 1930 compreende três tipos de ensino: Rudimentar, Profissional e Normal.

2.3.1. Ensino Rudimentar
Destinava-se a civilizar e nacionalizar os indígenas da colónia difundindo entre eles a língua e os costumes portugueses ministrados em classes ascendentes. Coreografia e Historia de Portugal; Desenho e Trabalhos Manuais; Educação Física e Higiene; Educação Moral e Canto Coral.



2.3.2. Ensino Normal
A 18 de Janeiro de 1930 por iniciativa da direcção dos Serviços de Administração de educação é publicado o regulamento das escolas de habilitação de professores indígenas. Este regulamento foi assinado pelo Inspector da Instrução pública. O regulamento criava o quadro legal para a formação de professores para o ensino primário rudimentar aos indígenas da colónia de Moçambique. Portanto, em 1933 surge a primeira escola de formação de professore em Manhica-Alvor, cuja direcção foi entregue a um funcionário nomeado pela direcção dos serviços de administração civil. (CASTILIANO, e tal, 2005)
Este ensino tinha como finalidade habilitar professores indígenas para as escolas rudimentares.
O curso de professores ditos indígenas era ministrado em regime de internato e nele eram ensinadas as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa; Aritmética e Sistema Métrico; elementos de coerências Físico-Químicas e Naturais; Desenho e Trabalhos Manuais; Pedagogia, Moral e Cívica; Educação Física e Musica.
Além do ensino regular destas disciplinas, era dada ao futuro professor uma preparação complementar, em sessões especiais de pratica agrícola, canto coral, educação física e higiene e ainda de educação moral e cristã.
Para o ingresso aos cursos de habilitação dos professores de posto escolar eram necessários os seguintes documentos:
Ø Certidão de registo de registo de nascimento ou baptismo comprovando não ter idade inferior a 14 anos e nem superior a 20 anos;
Ø Atestado de idoneidade moral e cívica passado pela autoridade administrativa;
Ø Ter boa aptidão física;
Ø Atestado ou boletim de vacina contra a varíola ,tifo, febre amarela e tétano. 2.3.3.Ensino Profissional:
O ensino profissional indígena estava dividido em dois subsistemas: escola de artes e ofícios para rapazes e escola de formação feminina. Por sua vez o ensino de artes e ofícios durava dois a três anos em cada uma das primeiras classes e uma duração ilimitada na 4ª classe. Na escola de formação feminina aprendia –se a culinária, postura e mais.


2.4. Ensino de Adaptação
Em 1966 o ensino rudimentar passou a designar-se de ensino de adaptação cujos objectivos inserem-se numa abordagem reconstrucionista de promoção da igualdade entre as crianças e estas deixam de ser chamadas indígenas e passam a ser chamadas autóctones.
O objectivo do governo colonial ao abolir o indigenato era o de suprimir a diferenciação existente entre o ensino para indígenas e o ensino para civilizados, criando deste modo um só ensino primário elementar para todos, sem nenhuma distinção e com integral nível de exigência de programas e impondo aos ditos indígenas idênticas condições de ingresso.
De acordo com (GOLIAS, Idem:51) em Moçambique o ensino de adaptação para africanos era regulamentado pela portaria nº 15971, de 31/3/1962 em conformidade com as seguintes regras estabelecidas pela portaria ministerial nº 17883, de 4/8/1960:
Ø O ensino primário funcionará como ensino de adaptação;
Ø A obrigatoriedade escolar compreende o ensino de adaptação;
Ø As matérias ministradas até 2ª classe de ensino comum inclusive, serão distribuídas no ensino de adaptação por três classes, segundo programas de adaptação pelos governadores, em cada província.
Ø A adaptação é verificada mediante provas correspondentes às de passagem da 2ª para 3ª classe.
As matérias ministradas até a 2ª classe do ensino primário comum eram distribuídas por três classes no ensino de adaptação. Fora das disciplinas que constam no currículo ministrava –se também às raparigas a educação feminina que visava essencialmente noções simples de costura , bordados, malhas e de culinária.

2.5. O ensino para civilizados
O ensino para civilizados era leccionado em centros administrativos que dispunham de escolas oficiais e particulares. Relativamente desenvolvida em comparação com o ensino para indígenas a educação colonial para europeus e assimilados reflectia o estádio do desenvolvimento da própria potência colonizadora: Portugal.
Com efeito, o desenvolvimento do ensino era lento tanto em Portugal como nas suas ex-colónias. Em 1909, por exemplo, haviam em Moçambique apenas 48 escolas primárias para rapazes e 8 para raparigas e algumas escolas comerciais e agrícolas. A maior parte destas escolas era dirigida pelas missões católicas, sendo o ensino ministrado de nível baixo.

3. Características de Educação colonial em Moçambique
3.1. Carácter discriminatório
Estabelecimento de dois diferentes tipos de educação, um destinado à população negra e dirigido pelas missões, onde o conteúdo principal era a realização de acções simples para o domínio de leitura, escrita, contagem e pratica do catecismo; e outro reservado às crianças brancas e aos assimilados e confiado ao estado e instituições privadas, onde o conteúdo principal era de carácter cientifico ou teórico.
Limitação de ingresso na escola primaria oficial e nos níveis superiores de escolarização sendo a idade, um dos factores a ter em consideração.

3.2. Unidade entre a religião e o ensino
A educação colonial estabelecia uma unidade entre a religião e o ensino. Isto significa que os programas e livros de ensino incluíam elementos da religião. Por isso, havia uma cooperação entre o estado e a igreja católica no campo da educação. Nessa cooperação a igreja fazia propagação da fé para influenciar os nativos de modo a evitar reacções contra actos de penetração e domínio do Governo português. (TUMBO; ERNETSO, 1996:15)

3.3. Carácter fictício da escolarização obrigatória.
A limitação dos ingressos na escola na base de idade, a existência de uma rede escolar insuficiente e inadequada nas áreas de ocupação colonial.
Existência de carências familiares e individuais de natureza económica, psicológica e social.
Elevadas taxas de escolarização, as normas discriminatórias no recenseamento escolar e a proibição de inscrição e matricula nas escolas oficiais de crianças não recenseadas. (GOLIAS, 2002:59).
A idade, o número suficiente de escolas a carência financeira das famílias, a pertença dos indivíduos a uma camada socialmente inferior foram factores que impediram o cumprimento da política colonial sobre a escolaridade obrigatória para todos.

3.4. Carácter urbano da rede escolar
As escolas oficiais localizavam-se nos centros urbanos e eram melhor equipadas, enquanto que os postos escolares eram construídos nas zonas rurais para a maioria da população moçambicana. Estas últimas eram escolas muito mal equipadas.

3.5. Carácter paternalista.
A educação colonial manifestava através de conteúdo de ensino, o complexo de superioridade do branco em relação ao negro. Acreditava-se que o branco e o negro submetidos as mesmas condições de aprendizagem, o branco mostrava-se mais inteligente.
Este carácter segundo (TUMBO; ERNESTO, 1996:16) trouxe as seguintes consequências: analfabetismo; falta de oportunidades; exiguidade de escolas; atraso no desenvolvimento sócio cultural político e económico.


















II. Conclusão
Os anos que Moçambique viveu sob a dominação portuguesa não trouxeram vantagens significativas à vida do povo Moçambicano, senão a manutenção do analfabetismo e, consequentemente, o retardio do desenvolvimento social, Politico, Económico e cultural do país. Eram considerados assimilados todos aqueles moçambicanos que se adaptavam a cultura portuguesa e aos que não se adaptassem eram considerados indígenas, portanto o sistema de educação colonial estava dividido em dois subsistemas distintos, um oficial destinado aos filhos dos brancos e assimilados e o outro Indígena destinado aos pretos.
Entretanto ensino oficial visava dar à criança os instrumentos fundamentais de todo o saber e as bases de uma cultura geral preparando-a para a vida social, em contrapartida, o objectivo do ensino indígena era o de conduzir gradualmente a criança da vida selvagem a vida civilizada dos povos cultos.
Na era colonial nem todos ganhavam o estatuto de assimilado, mas sim, aqueles que reunissem os seguintes requisitos: falar correctamente a língua portuguesa e possuir uma estabilidade financeira. Mas também podiam perder a condição de indígena e adquirir a cidadania o indivíduo que apresentasse as seguintes condições: ter mais de 18 anos, ter um bom comportamento e ter cumprido o serviço militar.
As escolas oficiais localizavam –se nos postos administrativos e estavam sob o controlo do governo português e as dos indígenas nos distritos sob controlo das missões. Os filhos dos colonos e assimilados tinham mais privilégios em detrimento dos pretos.
No mesmo trabalho depreendemos que o ensino colonial em Moçambique estava organizado da seguinte maneira: ensino colonial, ensino para Indígenas que por sua vez subdividia-se em ensino primário Rudimentar, Normal e profissional, ensino primário, ensino para civilizados e ensino de adaptação.
Durante esse processo quem assimilasse ganhava o estatuto dos colonizadores e socialmente era considerado português e em contrapartida quem não assimilasse era considerado Indígena.





III. Bibliografia
1. CASTIANO, José P; As transformações no Sistema de Educação em Moçambique Maputo: produção IND, 2005.
2. DIAS, Hildizina Norberto; As desigualdades sócio linguísticas e o fracasso escolar: Em direcção a uma pratica linguístico-escolar libertadora. Promédia: Maputo. 2002.
3. GOLIAS, Manuel; Sistema de Ensino em Moçambique Passado e Presente. Moçambique: editora escolar, 1993.
4. MAZULA, Brazão; Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique: 1975-1985. edições afrontamento e fundo bibliográfico de língua portuguesa. Maputo, 1995.
5. TUMBO, Luís João e ERNESTO, Jaime. Psicopedagogia Modulo-01: Curso de Formação de professores Primários do EP1 em exercício. 1ª Edição. Maputo: IAP. 1996

Relatório das PPIII 2009


PPIII

INDICE:
Capitulo I. 6
1. Introdução. 6
1.1Objectivos Gerais. 6
1.2. Objectivos Específicos: 6
1.3. Fases das Práticas Pedagógicas. 7
1.4. Metodologias. 7
1.5. Referenciais Teóricos. 7
Capítulo II. 8
2. Fases das Práticas Pedagógicas III 8
2.1. Pré-Observação. 8
2.2. Fase da Observação. 8
2.2.1 Características da Escola. 9
2.2.2 Análise das Aulas do Tutor 10
2.2.3: O Plano de Aula. 11
2.2.4: Objectivos. 12
2.2.5: Métodos. 12
2.2.6: Conteúdos. 13
2.2.7: Meios. 14
2.2.8: Avaliação. 14
2.2.9: Análise das Aulas do Colega Praticante. 14
2.2.10. Caracterização das Turmas. 14
2.2.11. Aspectos organizacionais. 15
2.2.12. Aspectos Didácticos-Pedagógicos. 16
2.2.13 Aspectos Didácticos-Metodológicos. 17
2.2.14: Auto-Avaliação. 18
2.3. Pós-Observação. 19
2.3.1 Actividades realizadas após a leccionação e observação das aulas. 19
2.3.2 Síntese dos trabalhos realizados durante a planificação e execução das aulas. 19
Capitulo III…………………………………………………………………………………...….20
4. Conclusão. 20
5. Bibiografia. 21

1. Introdução:
A formação do docente requer uma sólida formação teórico-prática. E o domínio das bases teórico-cientificas e técnicas e sua articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior segurança profissional de modo que o docente ganhe base para pensar na sua prática e aprimore sempre a qualidade do seu trabalho… (LIBANEO; 1994: 27), é nesta perspectiva que surgem as práticas pedagógicas, actividades curriculares, articuladoras da teoria e da prática, que garantem o contacto experimental com situações pedagógicas e didácticas concretas e que contribuem para preparar, de forma gradual, o estudante para a vida profissional e com o objectivo de aproximar o aluno praticante à realidade concreta da máquina do ensino e aprendizagem. É, ainda, no âmbito deste processo, que surge o presente relatório das Práticas Pedagógicas III com os seguintes objectivos:
1.1Objectivos Gerais:
ü Demonstrar capacidade de integração de conhecimentos
ü Articular os saberes científicos específicos, psico-pedagógicos e didácticos
ü Descrever de forma científica, coerente e integrada a vivência experienciada nas Práticas Pedagógicas
ü Analisar científica e criticamente as questões da educação
ü Propor melhorias no projecto pedagógico da escola
ü Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem
1.2. Objectivos Específicos:
ü O estudante praticante deve mostrar compreensão do ensino e aprendizagem
ü Sistematizar os dados empíricos
ü Mostrar que assistiu as aulas
ü Identificar os princípios reguladores do processo de ensino e aprendizagem



1.3. Fases das Práticas Pedagógicas
A Prática Pedagógica está organizada em quatro (4) fases e acompanha todo percurso da formação inicial de professores da UP.
No primeiro ano, a PP1 tem como objectivo a apreensão da realidade da escola, da sala de aula e o exame e a compreensão do processo de ensino-aprendizagem.
No segundo ano, o estudante acompanha os professores da escola nas reuniões pedagógicas e participa na dinâmica da escola e da sala de aula (prepara algum material didáctico, ajuda o professor-orientador a corrigir exercícios de aplicação e faz o acompanhamento da aprendizagem de alguns alunos). Durante a PPII, o estudante pode trabalhar em Oficinas Pedagógicas que poderão ser criadas na UP ou na própria escola adoptada.
No terceiro ano, na PPIII, o estudante começa a planificar e a leccionar aulas sob supervisão do professor orientador da escola e do supervisor da UP.
1.4. Metodologias
Para a realização do presente relatório usou-se como técnicas observação directa e indirecta (guião de entrevistas, questionários) a análise documental e tendo usado como método a pesquisa bibliográfica, referências teóricas, que faremos a sua devida menção a seguir.
1.5. Referenciais Teóricos
Para a materialização deste trabalho baseou-se na consulta de seguintes referenciais teóricos: Dias (2008) com a obra Manual de Praticas Pedagógicas; BRITO (1989) Gestão Participada; GOLIAS (1999) Educação Básica; LIBANEO (1994) Didáctica; NERICI (1991) Introdução a Didáctica; PILETTI (2004) Didáctica Geral; PILETTI (1985) Filosofia e História de Educação; PROENÇA (1992) Didáctica da História; BORDIOU (1992) A Reprodução;









Capítulo II1.
2. Fases das Práticas Pedagógicas III
As Práticas Pedagógicas estavam divididas em três fases distintas:
2.1. Pré-Observação
Esta fase consistiu no trabalho preliminar da apresentação dos seminários, e tiveram o seu arranque a 13 de Marco de 2009 com a apresentação das Práticas Pedagógicas III e o seu respectivo programa; a segunda realizou-se a 27 de Marco com o objectivo de apresentar os supervisores; e a terceira realizou-se a 03 de Abril moderada pela Dra. Alice convidada para apresentar o tema Deontologia Profissional e os Desafios do Professor face ao novo Currículo do Ensino Básico; a quarta coube ao dr. Horácio Mucivame apresentar o tema O que é ser professor no dia 03 de Abril; que teve como objectivos clarificar, e uniformizar os elementos para a produção dos relatórios, com especial enfoque ás capas e algumas concertações dado que era a ultima e que antecedia a ida ao campo como a divisão dos grupos pelos três Institutos nomeadamente o Instituto de Formação de Professores de Chicuque, O Instituto de Formação de professores de Homoine e ADPP de Inhambane e os seus respectivos supervisores.(Ver as sínteses nos Anexos 1)

2.2. Fase da Observação:
Após a fase da pré-observação, era chegada a de observação, que consistiu na ida ao campo no dia 24 de Abril de 2009, afectos no Instituto de Formação de Professores de Chicuque situado na rua Bispo Almeida Penissela, que dista a 7Km da cidade da Maxixe, a nordeste, limitado a sul pelo Hospital Rural de Chicuque, a norte com o povoado de Nhamachacha, este pela baia de Inhambane e a oeste pelo povoado de Nhambiua. Após a apresentação do grupo a Direcção da Instituição, seguiu a fase da distribuição dos estudantes praticantes pelos grupos de disciplinas existentes nomeadamente Metodologias de Língua Portuguesa, Metodologias de Matemática, Metodologias de Ciências Sociais, Metodologias de Educação Física, Metodologias de Educação Visual, Metodologias de Educação Bilingue, Metodologia de Psico-Pedagogia, Organização e Gestão Escolar, Metodologias de Educação Moral e Cívica, Noções Básicas de Manutenção Escolar, Pesquisacão e TICS, Técnica de Expressão de Língua Portuguesa, e Metodologia de Educação Musical, pelo Director Adjunto pedagógico Adriano Felimone.
2.2.1 Características da Escola:
A escola é uma complexa empresa cujo objectivo é sucesso escolar e educativo… para ela está escola está organizada num sistema de comando dividido em três áreas vertentes fundamentais de gestão escolar interdependentes: de gestão pedagógica/didáctica, gestão administrativa e financeira e gestão funcional e dos espaços. (BRITO; 1989:9)
Tomamos a dissertação do autor acima citado, para analisarmos a realidade e o dia a dia do Instituto de Formação de Professores de Chicuque, que por sinal foi bem claro em dizer que o sucesso escolar não depende apenas dos elementos didácticos pedagógicos mas também de outros vários elementos como a gestão funcional dos espaços e administrativa financeira. Assim, antes de mais, ainda que de forma muito sintética, trataremos de entender a gestão funcional dos espaços.

Segundo BRITO (1989:30), parte-se do principio de que se um espaço é agradável, limpo, bonito e acolhedor, as pessoas gostarão de habitar… é sempre mais fácil de apreender, se conseguirmos produzir uma sensação de bem estar pela melhoria dos espaços estaremos, seguramente a produzir o gosto pelo espaço e naturalmente teremos meio caminho andado para produzir boas relações pessoais.
No que diz respeito a estrutura física da instituição tem a se dizer que a instituição está bem localizada, vedada, com portões e guarda, uma área de jogos, os edifícios dispõem de passeios, janelas e portas. A instituição tem jardim com árvores, uma sala de professores, uma biblioteca, possui mastro e bandeira nacional, uma vitrina onde são fixadas informações, dispõe de casas de banho e latrinas operacionais para professores e alunos e uma sala para material de limpeza, uma instituição limpa, com uma boa aparência, pintada e com corredores seguros.
No I.F.P. Chicuque pode-se perceber o envolvimento de todos na preservação da qualidade dos espaços em suma estão criadas as mínimas condições físicas para um desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

Gestão pedagógico-didáctica é área da gestão onde se enquadram todas as actividades, projectos, órgãos e serviços directamente relacionados com o ensino e a educação… e a esta tem cabimento o tratamento, reflexão ou o enquadramento de questões como: relações interpessoais, métodos de ensino, processo de ensino-aprendizagem, actividades, actividades curriculares e extracurriculares, a gestão do apoio pedagógico… (Idem: 21)
Após a abordagem da área funcional dos espaços, trataremos de entender o dia a dia pedagógico do IFP de Chicuque mas concretamente as aulas de Metodologias em Ciências Sociais, disciplina em que fomos enquadrados, cadeira leccionada pelos formadores Elves Mbaze e Afonso Gove mas com o ajustamento de horários acabou-se trabalhando com o tutor Afonso Gove, professor do nível médio, de 53 anos de idade e 35 anos de carreira. E, como tutor, apoiou no enquadramento dos praticantes na vida da escola, esteve engajado na coordenação, planificação e execução de actividades dos praticantes, em consonância com o supervisor, forneceu aos praticantes o plano de actividades do grupo de disciplina, disponibilizou materiais e meios de ensino necessários às actividades dos praticantes, orientou e acompanhou os praticantes na planificação, realização e avaliação das aulas, avaliou e fez comentários sobre as aulas leccionadas pelos praticantes, bem como outras actividades.
Ainda nesta fase, fizemos o estudo dos programas e concepções dos horários de planificação. Ficamos a saber que do grupo de disciplina que se introduziria uma nova unidade temática e questionados do modo da concepção dos programas de ensino, ficamos a saber que os grupos de disciplina fazem a dosificação dos programas de ensino em programas de actividades anuais dividindo em unidades.
2.2.2 Análise das Aulas do Tutor:
Durkheim citado por GOLIAS (1990:90) define que o professor é aquela individualidade que em nome das gerações adultas, transmite ás novas gerações um conjunto de valores e competências indispensáveis à vida colectiva.
Aula é um determinado período de tempo vivido entre professor e aluno em que aquele orienta as actividades deste, tendo em vista leva-lo a alcançar certos objectivos predeterminados (NERICI; 1991:141).
Partiremos destas definições descrever e analisar as aulas assistidas ao tutor Gove, professor com um temperamento sereno e alegre calmo e paciente e com uma boa qualidade de comunicação. Importa referir que a larga experiência que o tutor acumula tem contado muito nas diferentes situações educativas do seu dia a dia no processo de leccionação das aulas, porem há aspectos por considerar:

2.2.3: O Plano de Aula:
Ø O plano de aula é um projecto de actividade, que se destina a indicar os elementos concretos de realização da unidade didáctica e consequentemente do plano de curso. (Idem). O que pode se observar é que as aulas de Metodologias em Ciências sociais não são planificadas, o acto de leccionação é feito com base no programa oficial da cadeira, arrastando assim ao professor a um clima de improvisação, a má gestão do tempo, pois cada aula é uma aula, por mais experiente que seja o professor não tira o dever de planificar as aulas para que se possa definir os objectivos próprios que se pretendem alcançar e poder definir os métodos, meios e recursos a usar para o alcance dos tais objectivos preconizados.

Ø Programas de ensino são directrizes gerais, são documentos de referência, a partir dos quais são elaborados os planos didácticos específicos. (LIBANEO; 1994: 228) assim sendo não se justifica o facto de usar como base para a leccionação das aulas sem a sua devida reelaboração pois estes (planos oficiais) reflectem um núcleo comum de garantia da unidade cultural e politica de nação, e levam assegurar a todos, sem discriminação de classes sociais e de regiões, o direito de acesso a conhecimento básicos comuns. Assim cabe a cada escola e aos professores elaborar os seus próprios planos, seleccionar os conteúdos, métodos e meios de organização do ensino, em face das particularidades de cada região, de cada escola.
Admitimos a hipótese do facto dos Institutos terem sido transformados em centros de intercâmbio cultural com estudantes o que faz com que os professores se baseiem nos princípios globalizantes preconizados a nível macro sem ter que reformá-los olhando a realidade que por sinal também os obriga a tal globalização devido a diversidade cultural dos formandos.
Mas temos que reconhecer que estaríamos errados se legitimássemos esta hipótese pois sabemos que nenhum programa oficial tem respostas pedagógicas e didácticas para garantir a organização do trabalho docente em situações escolares concretas, havendo necessidade sim reavaliá-los tendo em conta os objectivos de ensino para cada realidade escolar.

2.2.4: Objectivos:
Ø Segundo LIBANEO (1994:120) prática educacional se orienta necessariamente, para alcançar determinados objectivos por meio de uma acção sistemática… os objectivos do ensino expressam portanto, propósitos definidos explícitos quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas. E segundo GOLIAS (1990: 224) o objectivo terá que expressar claramente a habilidade particular que esperamos que se desenvolva no aluno como consequência de ele ter trabalhado com um determinado conteúdo. Tomaremos como base o pensamento dos autores acima citados para continuarmos a nossa reflexão em torno das aulas do tutor, como dizíamos não são planificadas diariamente e que por sinal carecem de objectivos próprios. Verifica-se que o professor se baseia nos objectivos preconizados no programa que reflectem o âmbito global do que se espera do aluno numa dada unidade temática sem olhar o que se espera com o aluno num determinado conteúdo porque é isto que os objectivos da aula expressam caindo-se assim na subjectividade.
A falta de planificação das aulas e consequentemente de definição dos objectivos limita a acção dos alunos na aula, a medida em que o professor devia explicar aos seus formandos os objectivos da aula, a maneira como vai atingi-los, incutindo neles o sentido de responsabilidade em relação as acções a desenvolver e também iria ajudar na sistematização das ideias e conceitos de um modo que seja possível operar mentalmente com os alunos em tarefas teóricas e práticas, em função da matéria e em função de problemas novos da matéria e da vida prática. Toda aula deve ter definidos os seus objectivos. Não se concebe uma aula que não vise certas metas.

2.2.5: Métodos:
Ø Segundo LIBANEO (1994: 150) O processo de ensino se caracteriza pela combinação de actividades do professor e dos alunos e que o método é o caminho para atingir um objectivo. Assim os métodos de ensino são as acções do professor pelas quais se organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico.
Nas aulas de Metodologias em Ciências Sociais usa-se como método o de elaboração conjunta (interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos) e o de trabalho independente dos alunos, que consiste em tarefas orientadas pelo professor, para que estes as resolvam de modo relativamente independente e criador. Verifica-se que ao introduzir uma dada unidade o professor orienta que os alunos, de forma individual, procurem investigar e que possam o trazer em forma de trabalhos científicos e consoante as dificuldades que estes forem a enfrentar, estas serão esclarecidas na sala de aulas.
Realmente é um método que envolve o aluno na construção do conhecimento e possibilita ao mesmo o desenvolvimento da capacidade de trabalhar, de forma livre e criativa, com os conhecimentos adquiridos, aplicando-os à situações novas, referentes à problemas quotidianos da sua vivência e à problemas mais amplos da vida social. Importa referir que este método pressupõe a compreensão da tarefa e do seu objectivo e por aquilo que se percebeu no terreno persistiam duvidas na realização dos trabalhos principalmente no que diz respeito aos objectivos que se pretendiam, e o facto das condições materiais não estarem asseguradas dado que a biblioteca não oferece muitos livros para a cadeira.
Os alunos devem saber precisamente o que fazer e o professor deve assegurar condições de trabalho como por exemplo o material para a sua realização.
2.2.6: Conteúdos:
Ø Antigamente o conteúdo era tido como objecto de programas minuciosos mas actualmente é um dos meios de favorecer o desenvolvimento integral do aluno (PILETTI; 2004: 91). Fazendo um olhar à realidade das aulas de MCS sentimos um recuar à Pedagogia Tradicional onde tudo quanto vem no programa deve ser leccionado onde o professor era obrigado a cumprir rigorosamente o programa, tirando assim a autonomia e a criatividade do próprio professor. Não querendo com isto dizer que o problema esteja na Direcção da instituição em fazer com que o programa seja seguido com rigorosidade mas talvez esteja na concepção da aula do próprio professor. Porém o que deve ficar claro é o facto de que não se pode reduzir os conteúdos a simples informações a serem aprendidas, porque estaríamos limitando demasiadamente o campo da aprendizagem humana, a aprendizagem não é apenas um processo de aquisição de novas informações, mas acima de tudo aquisição de novos modos de perceber, ser, pensar e agir.

2.2.7: Meios:
Meios de ensino se designam todos os meios e recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem (LIBANEO: 1994:173) No tocante as aulas do tutor, para além do material básico escolar o professor mandava produzir o material quer individualmente ou em grupo de modo que possam participar activamente nas aulas e facilitarem a aprendizagem estimulando a imaginação e criatividade dos alunos.
2.2.8: Avaliação:
A avaliação fornece dados capazes de conduzir, quando necessário, ao reajuste do processo ensino-aprendizagem, para que o mesmo se torne mais útil e eficiente para o educando. (NERICI; 1991: 188) No que diz respeito a avaliação, quer parecer que o professor pautava mais pela auto-avaliação dos próprios formandos na medida em que as aulas eram feitas com base nas dificuldades que estes iam encarando no processo de pesquisa dos temas da unidade. Os formandos dialogam com o professor como um processo dinâmico de superação de deficiências, de revelação de aptidões de crescimento social, intelectual, estético, espiritual, em fim em plena realização da personalidade.
2.2.9: Análise das Aulas do Colega Praticante:
Depois da análise das aulas do tutor, seguiu-se então a fase da leccionação e assistência as aulas do colega praticante, tendo assistido as aulas do colega Mussa Augusto, na disciplina de Metodologias de Ciências Sociais nas turmas 1 e 3 do curso regular 10+1, num total de cinco (5) aulas. No princípio faremos a caracterização das turmas, onde as aulas foram leccionadas (1 e 3) e depois traremos o retrato dos aspectos observados no acto de leccionação.
2.2.10. Caracterização das Turmas:
A turma 1 é constituída por um total de 46 alunos, dos quais 30 do sexo feminino e 16 do sexo masculino. Dos 46, 19 são internos, com idades que variam dos 18 a 25 com uma idade média de 23 anos. Turmas compostas por estudantes provenientes de diferentes cantos do país, sendo 4 provenientes do norte, 4 do centro e 38 do sul.
A turma 3 é composta por 45 alunos, sendo 27 rapazes e 18 rapariga, dos quais 18 são internos, 34 naturais do sul do país, 6 do centro e 5 do norte. A idade media da turma é de 22 anos de idade.
2.2.11. Aspectos organizacionais:
… é dever do professor aproveitar de melhor forma possível o tempo que tem a passar em contacto com os seus alunos, durante a aula, levando-os a estudar, reflectir, fixar e aplicar o que foi considerado fundamental e considerável (NERICI; 1991: 165), em relação a este ponto sentimos que o colega praticante foi pontual, e mostrou-se preocupado em aproveitar bem o tempo desde o inicio até ao fim da aula.

Como referimo-nos nos pontos anteriores da importância da planificação das aulas, na medida em que o plano de aula prevê de forma objectiva, todas as actividades escolares para a efectivação do processo de ensino e aprendizagem com vista o alcance dos objectivos ou seja conduz o professor a pensar sobre o que vai ser feito, sobre o que deverão fazer seus alunos, nos recursos materiais necessários e nos procedimentos didácticos que melhor se ajustem ao tipo de tarefa a ser executada; nesta ordem de ideia, as aulas foram todas elas planificadas, visto que todo grupo é que devia planificar as aulas, por leccionar, assim, as aulas foram por nós planificadas e depois remetidas ao tutor para a devida apreciação.

Segundo NERICI (1991:165) toda aula deve ter definido os seus objectivos, não se concebe uma aula que não vise a certas metas. As aulas tinham sido planificadas com precisão, tendo-se feito a previsão dos recursos materiais necessários e os procedimentos didácticos adequados à aula de modo que o aluno retenha a informação útil e que seja estimulado a utilizar toda gama de operações cognitivas de que necessitará no futuro.

Segundo DIAS (2008:103) uma das maiores preocupações dos principiantes (os que não são professores) ao começarem com a leccionação das aulas é como dominar os nervos e manterem-se calmos. Entretanto sentiu-se nas primeiras aulas tanto quanto nervoso, o que lhe levava a gaguejar, mas tendo evoluído no decurso do processo de leccionação.



2.2.12. Aspectos Didácticos-Pedagógicos:
Ao planificar a aula, o professor tem em mira seleccionar convenientemente, os dados e factos da mesma, de jeito que mais se prestem a informar e educar (NERICI: 1991:168). Devido a autonomia que o tutor deu a priori ao grupo na selecção da matéria dentro da unidade para leccionar, o grupo foi feliz na selecção dos conteúdos, que estavam em coorelação com os objectivos visados.

Motivação, didacticamente, é o processo de incentivo a desencadear impulsos no interior do indivíduo, a fim de pré-dispolo a querer participar das actividades oferecidas pelo professor. (NERICI; 1991: 75)
Sentimos a preocupação do colega em manter a turma dentro do que se estava a tratar, uma das técnicas foi de escrever o tema da aula no quadro, de forma a inseri-los no conteúdo a se tratar.

HAYADT (2002:143) citado por DIAS (2008: 89) diz que métodos de ensino vão ser todas as acções, processos ou comportamentos planejados pelo professor, para colocar em contacto directo com as coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitam modificar a sua conduta, em função dos objectivos previstos. Notou-se que nas aulas o colega não foi muito além do método usado pelo tutor, optando pelo método participativo, de trabalho independente e de elaboração conjunta que resultaram em aulas de discussão (os alunos após terem estudado um assunto, se reúnem para discutir sobre o mesmo, contribuindo cada um com os seus conhecimentos para o enriquecimento de todos)

DIAS (2008:96) citando Alexander define recursos de ensino como sendo fontes de ajuda que podem ser ideias fórmulas incluídas em livros ou proporcionadas por outras pessoas. É algo ou alguém do qual ou a quem se dirige o individuo, procurando ajuda dentro da busca dos fins de suas actividades.
Para alem do material básico escolar, o colega orientava que os alunos produzissem o material que serviu não só de auxilio às aulas assim como permitiu a concentração do aluno e estimulava a imaginação e criatividade e encorajava a expressão verbal e a escrita.

Tomaremos o pensamento de BORDIEU no qual diz para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos é necessário e suficiente que a escola ou professor, ignore, nos conteúdos de ensino, nos métodos e nas técnicas de avaliação, as desigualdades culturais e económicas entre os alunos das diferentes classes sociais… ou seja ao tratar alunos desiguais, como iguais em direitos e obrigações, o sistema escolar é levado a legitimar as desigualdades assentes na própria sociedade. Notou-se pouca preocupação do colega em ajudar os alunos com dificuldades, pois como qualquer turma existem alunos com um nível de percepção diferente, e professor tem o dever de olhar com especial enfoque os com dificuldades de modo a lhes levar a mesmo nível com outros sob risco de contribuir para o fracasso dos com dificuldades e facilitar o sucesso dos com nível de percepção elevado em relação aos outros. Assim para que o professor não seja o impulsionador das desigualdades sociais deve estar ciente de que na sala nem todos são iguais e poder dotar de mecanismos de forma a fazer com que todos possam ter sucesso no processo de ensino e aprendizagem.
2.2.13 Aspectos Didácticos-Metodológicos:
O aluno só aprende na medida em que aquilo que é ensinado é significativo para ele, é compreendido como capaz de satisfazer suas necessidades. (PILETTI: 1985: 141). Em relação ao facto da pedagogia moderna, considerar o aluno o centro da aprendizagem, observou-se nas aulas do colega a preocupação de manter o aluno envolvido no que se estava a tratar, primeiro na produção dos meios de ensino e também na execução das aulas, o professor e os alunos interagiam de forma activa visando a ocorrência de novas aquisições, habilidades, atitudes.
O controlo da voz é um dos aspectos a ter em conta numa aula por parte do professor, segundo DIAS (2008:97) citando CAMPBELL (1993:97) é necessário saber abrandar o ritmo normal da fala e pronunciar correctamente as palavras.
Nas primeiras aulas sentia-se uma certa dificuldade dos alunos em perceber o que o colega dizia, devido ao nervosismo, o que foi melhorando ao decorrer do processo.

Segundo NERICI (1991: 175) a disciplina é indispensável em sala de aula, sem a qual todos os esforços serão inúteis… a disciplina ideal não é a do silêncio para que o professor possa falar mais sossegadamente, mas aquela em que os alunos se empenham na realização do trabalho escolar orientado pelo professor… e que o aluno é um ser em pleno período evolutivo, razão pela qual as normas de conduta na escola devem ser muito claras para que não haja dúvidas na criança em formação, sobre o qual deve ser a forma de estar na escola, em geral e na aula em articular.
Quanto a este aspecto o I.F.P de Chicuque, é uma instituição bem sucedida quanto ao controle da disciplina, tanto em geral e na sala de aula, o que de certa forma cria um clima favorável na sala de aula para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. Sentiu-se a preocupação dos alunos em tirar o máximo proveito do que o professor trazia para a aula.

Ainda de acordo com NERICI (1991: 420), a capacidade de conduzir a turma, isto é, de criar as condições favoráveis ao trabalho é muito importante e influi não só na forma como os alunos vêem o professor, mas também na formação daqueles e no trabalho pedagógico. O colega Mussá mostrou tal capacidade conduzindo as turmas e criando condições favoráveis ao trabalho numa direcção educativa que privilegiava o dialogo, onde ele (colega praticante) como líder incentivava a partilha de conhecimento e experiências de forma positiva e relacionava o conteúdo com a realidade.

Segundo Michel Foucault citado por PROENCA (1992:49) a disciplina resulta antes de mais da distribuição dos indivíduos no espaço. E para o caso das turmas 1 e 3 nota-se que um dos factores que influenciam na manutenção da disciplina é a sua distribuição na sala, pois verifica-se que sentam dois a dois de sexos opostos.
2.2.14: Auto-Avaliação:
Uma vez definidos os recursos didácticos e teóricos a usar para o alcance dos objectivos preconizados, no acto de planificação para evitar a rotina de improvisação e contribuir para o sucesso do ensino e aprendizagem.
Segundo o tutor e o colega praticante, e uma forma geral, o processo de leccionação foi bem sucedido tirando alguns aspectos que mereceram alguma observação por parte dos colegas do grupo.
Em alguns momentos, da primeira aula a motivação foi só no inicio e segundo tutor numa aula foi muita expositiva devido ao facto da turma ter sido muito fechada, isto é, pouco participativa tendo feito da aula muito expositiva. (Ver as Fichas de Observação nos anexos 2)

2.3. Pós-Observação:
2.3.1 Actividades realizadas após a leccionação e observação das aulas
Após a observação das aulas o grupo constituído estudantes praticantes e o tutor reunia-se com finalidade de pedir esclarecimentos de alguns aspectos decorridos na aula, e melhor compreender os métodos por ele usados isto a quando da assistência das aulas do tutor.
Na fase de leccionação das aulas num fim de cada aula o tutor com auxilio da ficha de observação, procurava saber do estudante praticante quais forma as suas maiores dificuldades no acto da leccionação, e fazia comentários sobre as aulas e ajudava a resolver os possíveis problemas.
2.3.2 Síntese dos trabalhos realizados durante a planificação e execução das aulas
Após a recolha do material (programa, a sua dosificacao) o grupo encontrava-se para a devida planificação das aulas, e o devido ajustamento do horário para a leccionação. Depois da planificação o grupo remetia ao tutor para a apreciação. No acto da leccionação, enquanto um leccionava, outro juntamente com o tutor assistiam às aulas.
Esta fase consistiu ainda na análise dos dados recolhidos; confronto de dados recolhidos com as observações anteriores e sistematização de dados e na produção do presente relatório.












4. Conclusão:
Tendo a escola a missão, de desenvolver global e equilibradamente, o aluno, nos aspectos intelectual, sócio-educativo, psicomotor e cultural, com vista a sua correcta integração na comunidade, o Instituto de Formação de Professores de Chicuque é uma instituição onde nota-se não somente a transmissão de informação científica, mas também como educar, ou seja a formação do homem, de modo a que esteja preparado para a vida. No decorrer do nosso trabalho fizemos menção a pequenos problemas que por sinal, necessitam de um olhar por parte de quem de direito de forma a reversão dos factos, por mais ínfimos que pareçam são estes pequenos detalhes que põem a baixo o trabalho todo. Portanto como se pode notar que os problemas detectados foram de ordem pedagógica didáctica que se sugere o seguinte:
Ø No tocante a problemas como a falta de planificação das aulas, a solução do problema passa necessariamente pela interiorização por parte do professor do seu trabalho, do seu papel numa sala de aula, pois nunca se concebe uma aula sem a devida previsão do seu trabalho e dos alunos. Um plano é um guia de orientação, onde se estabelecem as directrizes e os meios de realização do trabalho docente, (definição dos objectivos, selecção de conteúdos, articulação de objectivos, conteúdos, estratégias e avaliação, a preparação do material didáctico adequado, etc ).
Ø No caso concreto das aulas do tutor, é importante considerar a experiência que ele acumula. A escola, a sociedade tem muito a ganhar com professores como ele, mas nada lhe tira o dever de planificar uma aula, e uma das características do processo de ensino é que está sempre em movimento, está sempre sofrendo modificações face as condições reais. O uso do programa oficial numa sala de aula põe a escala zero todo o trabalho de dosificação do programa, as planificações quinzenais, todo esforço que faz de reelaboração ou seja conversão dos programas oficiais em situações docentes específicas. Logo não se deve substituir um plano de aula por um programa, porque este não tem respostas pedagógicas e didácticas para garantir a organização do trabalho docente em situações escolares concretas.
Ø Toda a actividade de ensino reduz-se a sala de aula, razão pela qual sugere-se que o sector pedagógico da instituição faça um trabalho de supervisão pedagógica permanente de modo a detectar problemas como este que por sinal pode estar a acontecer em muitas disciplinas

5. BIBLIOGRAFIA:

1. BRITO, Carlos Gestão Escolar Participada Texto 1989

2. BORDIOU, Pierre. A Reprodução. Alves Ed. Rio de Janeiro. 1992

3. DIAS, Hildizina, at.all. Manual de Práticas Pedagógicas. Escolar Ed. Maputo 2008.

4. GOLIAS, Manuel Educação Básica S.ed Diname, 1999

5. LIBANEO, José Carlos Didáctica, São Paulo, Cortez 1994

6. NERICÍ, Emídio. Introdução à Didáctica. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 1991.

7. PILETTI, Claudino. Didáctica Geral 14ªed. São Paulo, Atica, 2004

8. PILETTI, Claudino; PILETTI, Nelson. Filosofia e História da Educação. S.ed. São Paulo. Ática. 1985.

9. PROENCA, Maria Cândida. Didáctica da História Lisboa: Universidade aberta, 1992


De Orisio da Caridade Armando Ciências de Educação III



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Hi


Oi , criei este espaço pensando em todos voçes, quero convosco compartilhar as minhas reflexoes, as minhas buscas, os meus anseios, os meus momentos tristes e alegres para que mesmo distante um do outro possam fazer parte do meu dia a dia e juntos trocarmos impressões em torno dos demais assuntos...

Porquê o titulo cercando una democrazia congnitiva...? Por vários motivos, um dos quais é o facto de que hoje em dia, assistirmos á uma tendência cada vez mais acentuada de situações, grupos, associações, individuos que desfilam numa tamanha inocência da opressão cognitiva, e que se manisfesta em certos casos numa prostituição política, social, academica enfim... Factos que não orgulham a quem tem uma mente lúcida e incuruptível... o pensamento personalista, cuja base é a idéia de pessoa na sua inobjectividade (o homem não consistir num simples conjunto de matéria), inviobilidade, liberdade, criatividade e responsabilidade, de pessoa com alma encarnada em um corpo, deve ser resgatada por muitos de nós em quanto quisermos ver as coisas andar como devem ser, fundadas pela razão e longe de principios doutrinários anti-eticos e contra a permanencia de uma autêntica vida humana.

É chegada hora de agirmos como pessoas livres e a liberdade deve comecar da mente, enquanto formos livres de pensar e dizer o que pensamos rumos a uma era onde a razao triunfará...